Não me peças palavras,nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.
Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas um língua...,_unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.
Depois..._abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!
José Régio
Dizer qualquer coisa, seria estragar!
ResponderEliminar"Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!"
A M O R
ResponderEliminarLume aceso na cinza,
Abrigo quente,
És sede que nos vem
Junto à nascente;
És a duna queimando
E o mar tão perto;
És ir ao fundo e vir
De asas coberto;
Anémona que a abrir
Dobrasse a cor,
És alarme e sucesso:
Mais que milagre,
És amor!
De “Vida Plena” – Edgar Carneiro
Romeiro de Alcácer